SOLIDÃO: A LINGUAGEM EM DEVIR DO IAUARETÊ |
Author : Waldyr Imbroisi Rocha (UFJF), Joyce Scoralick Silvestre (UFJF) |
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Abstract : A obra de Guimarães Rosa é objeto de inúmeras críticas e análises. Em nosso trabalho, buscamos analisar a forma como Rosa imputa um valor intensamente criador à linguagem no conto Meu tio o Iauaretê, de forma que a situação do onceiro dialoga com o impulso da língua adâmico de modeladora da realidade (ECO, 2002). Como instrumental para nossa análise, baseamo-nos nos conceitos de rizoma (DELEUZE and GATARRI, 1995), desterritorialização (DELEUZE and GUATARRI, 1975 e HAESBAERT, 2004) e devir (DELEUZE and PARNET, 1997). Buscamos demonstrar como a solidão do onceiro funciona como um gatilho para o agenciamento homem-onça, e como o delírio da linguagem – com a pulverização da sintaxe habitual e a inserção de vocábulos do tupi – agencia-se como linguagem criadora que se conjuga ao devir-onça. |
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VIAJAR E EXISTIR: A TRAVESSIA POÉTICA EM GUIMARÃES ROSA |
Author : ANTÔNIO MÁXIMO FERRAZ, ANDRÉA JAMILLY RODRIGUES LEITÃO, HARLEY FARIAS DOLZANE |
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Abstract : No presente estudo se interpreta o conto “Os cimos”, da obra Primeiras Estórias (1962), de João Guimarães Rosa, em diálogo com o episódio de Grande Sertão: Veredas (1956) em que Riobaldo e Diadorim realizam a travessia do rio São Francisco. A interpretação se faz à luz da viagem-travessia empreendida pelo homem, em seu percurso existencial, como motivo de aprendizagem constante da experiência de viver. Para o desenvolvimento deste trabalho, contou-se com a contribuição de Benedito Nunes (2009), para quem o homem é a viagem e a própria travessia acontecendo, na qual incessantemente se desvela o sentido da existência. |
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ENVEREDANDO: EXPERIÊNCIA E MEMÓRIA ATRAVÉS DO CONTAR DE GRANDE SERTÃO |
Author : RENATA CODEÇO DIAS |
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Abstract : O artigo apresenta breve análise do efeito da narrativa em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa (1965), como uma obra de pensamento sobre a memória e a construção da experiência através do contar. A noção de experiência que advém da leitura da obra é comparada ao que Walter Benjamin (1987) conceituou como a narração da experiência coletiva (Erfahrung), que parece colocar em movimento a memória impessoal e criativa, subsumindo a concepção de sujeito moderno, cuja experiência pessoal e psicológica está em jogo, e de comunicação interpessoal. Assim, Guimarães Rosa, através da narrativa do personagem Riobaldo, torna o contar um fenômeno de abertura e criação de mundos, em um contexto contemporâneo de declínio da importância da oralidade e da história viva, e do encerramento da experiência enquanto individualidade. |
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UM DIA, VÁRIAS VOZES: PALAVRA AUTORITÁRIA E DISCURSO PERSUASIVO NA MEDEIA DE EURÍPIDES |
Author : HARLON HOMEM DE LACERDA SOUSA |
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Abstract : A Medeia de Euripides é analisada neste artigo a partir do plurilinguismo – conceito bakhtiniano visto no livro Questões de Literatura e de Estética: a teoria do romance. Ponderamos a possibilidade de plurilinguismo no gênero poético trágico, negado por Bakhtin, usando argumentos do próprio pensador russo. Entendemos, com essa reflexão esboçada aqui, abrir uma linha discussão sobre o texto trágico euripidiano juntamente às teorias bakhtinianas ainda por ser percebida pela grande crítica. |
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TOPONÍMIA ROSIANA |
Author : PATRICIA GOULART TONDINELI |
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Abstract : Este artigo discorre sobre os topônimos no contexto de Grande Sertão: Veredas, sobre o qual apresenta-se levantamento da toponímia presente na obra, seja real ou imaginária. Foram catalogados 462 topônimos de taxes variadas, cuja classificação segue as taxionomias toponímicas expostas por Dick (1990) e dividas em natureza física e antropocultural, que comportam tipologias específicas. As taxes representam, assim, os principais padrões motivadores para a escolha do topônimo. |
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UM TEMPO MÍTICO EM GUIMARÃES ROSA |
Author : Betina Ribeiro Rodrigues da Cunha (UFU) |
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Abstract : Este artigo analisa a constituição do tempo da narrativa de Guimarães Rosa em "Um moço muito branco", conto de Primeiras estórias. Parte da hipótese de que esse tempo funciona reatualizando um tempo mítico em que significam ritos de passagem, modelos místicos e diferentes arquétipos simbólicos. A análise explicita que a construção temporal em "Um moço muito branco" ressalta ali uma trama ficcional que guarda relações temático-semânticas e discursivas tanto com o mito quanto com o conto maravilhoso, o que, em consequência, constitui e faz ressoar a força da polissemia da palavra e da escritura rosiana. |
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A PULSÃO ERÓTICA DO AMOR ATRAVÉS DOS SENTIDOS: UMA LEITURA DE DÃO-LALALÃO |
Author : Verucci Domingos de Almeida (UEPB) |
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Abstract : O amor é um tema universal, abordado tanto na prosa quanto na poesia. É o primeiro e o mais vasto tema da literatura (SANTOS, 2008), seja ele o amor romântico, idealista, platônico ou erótico. Na novela Dão-Lalalão: o devente (1994), de Guimarães Rosa, observa-se a forte presença do amor erótico que se traduz através dos sentidos das personagens. Este artigo, portanto, aborda a forma com que os cinco sentidos são utilizados na construção do erotismo nas personagens, ao mesmo tempo que são elementos fundamentais na construção do enredo. O trabalho tem como suporte teórico algumas concepções sobre erotismo (BRANCO, 1985), Eros como pulsão de vida (SANTOS, 2008; EAGLETON, 1997), e indagações sobre o amor na prosa de Guimarães Rosa (NUNES, 1994; LAGES, 2002). |
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TODOS SOMOS AMNÉSICOS: MARCAS DO PENSAMENTO DE BERGSON E DA REMINISCÊNCIA PLATÔNICA EM NENHUM, NENHUMA |
Author : Amanda Teixeira Silva (URCA) |
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Abstract : Este ensaio pretende analisar as concepções de memória presentes no conto Nenhum, Nenhuma, de João Guimarães Rosa. Partimos da hipótese de que o escritor mineiro utilizou as idéias de Platão e Bergson na construção deste conto. |
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FAMIGERADO: O QUE PODE UMA LÍNGUA |
Author : Sandra Mara Moraes Lima (PUC-SP) |
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Abstract : O trabalho apresenta uma análise do conto Famigerado de Guimarães Rosa, tendo como fundamento teórico as considerações elaboradas por Bakhtin em Marxismo e filosofia da linguagem, quando aborda o objetivismo abstrato, asseverando que, ao analisar a língua apenas em seus aspectos formais, desvinculada das condições de produção, não se chega à essência da linguagem, a interação discursiva. No conto de Rosa, amparados nos argumentos de Bakhtin, ilustramos o caráter histórico-ideológico e as estratégias de estabelecimento de poder que estão vinculadas à língua, constituindo as relações sociais marcadas por valores hierárquicos. |
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A LINGUAGEM POÉTICA NA TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO DAS PERSONAGENS INFANTIS DE GUIMARÃES ROSA |
Author : Maria Carolina de Godoy (UEL) |
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Abstract : Neste trabalho, apresentam-se as personagens infantis em diferentes narrativas rosianas que realizam a trajetória de formação, caracterizando sua inserção no mundo adulto. Observa-se, no tratamento dispensado ao mundo infantil, de Sagarana a Primeiras estórias a formação da criança e passagens poéticas que acompanham essa trajetória. |
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UMA PROPEDÊUTICA DE UMA TEORIA DA ENUNCIAÇÃO DO CÍRCULO DE BAKHTIN |
Author : PEDRO FARIAS FRANCELINO, FRANCISCO DE FREITAS LEITE |
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Abstract : Este artigo defende que o ensaio Discurso na vida e discurso na arte representa uma propedêutica, ou seja, uma introdução, de uma teoria da enunciação própria do Círculo de pensadores russos, entre os quais se destaca Mikhail Bakhtin. Este ensaio, escrito em 1926, já trazia, de forma antecipadora, concepções basilares do pensamento bakhtiniano, tais como: a noção de entonação, os fundamentos da metaliguística (ou translinguística) e a ideia da orientação social constitutiva do enunciado, sendo, portanto, obra indispensável para todo aquele que se interesse em perscrutar o pensamento do Círculo acerca da temática enunciado/enunciação. |
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GUIMARÃES ROSA: LINGUAGEM, CRIAÇÃO E RUPTURA |
Author : Edson Soares Martins (URCA), Francisco de Freitas Leite (URCA/UFPB), Newton de Castro Pontes (URCA/UFPE) |
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NOTAS SOBRE TUTAMEIA |
Author : DANIELLE CORPAS |
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Abstract : Em Tutameia, aparecem imbricadas palavras de ordem modernizantes e sociabilidade moldada por passado escravocrata. Este artigo detém-se em narrativas do último livro de Guimarães Rosa nas quais se evidenciam relações entre, de um lado, anomia e costumes patriarcais e, de outro, recursos, mentalidade e estética que aparentemente se confrontam com eles. |
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OS ESTIGMAS DA BENFAZEJA: MEDIANDO UM DIÁLOGO ENTRE GUIMARÃES E GOFFMAN |
Author : Francysco Pablo Feitosa Gonçalves (FACIPE) |
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Abstract : Este trabalho tem por objetivo abordar a questão da estigmatização a partir de uma leitura do conto “A Benfazeja” de Guimarães Rosa. Para a realização desse objetivo fizemos uma revisão do conceito e da classificação de estigma proposta por Erving Goffman e, com base nesses dados, analisamos as personagens de “A Benfazeja” e como o conto mostra os corpos e as identidades dos personagens sendo socialmente construídos. Incidentalmente são feitas algumas considerações sobre a posição do narrador em relação às personagens e ao narratário e sobre os mal-entendidos relacionados às teorizações de Erving Goffman e da assim chamada Escola de Chicago. |
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